quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Abastecimento de água de bilhões está em risco, diz estudo


Cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature.

Os pesquisadores organizaram um índice com as "ameaças para a água" incluindo itens como escassez e poluição.

Cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças, segundo o estudo. Os pesquisadores dizem que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza.

Eles recomendam que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções "naturais", como bacias hidrográficas e pântanos.

Mapeamento

Os autores dizem que nas próximas décadas o panorama deve piorar, com o aumento populacional e as mudanças climáticas.

Eles combinaram dados de diferentes ameaças para a confecção do índice.

O resultado é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento para a humanidade e para a biodiversidade.

- Olhamos para o fatos de forma fria, analisando o que acontece em relação ao abastecimento de água para as pessoas e o impacto no meio-ambiente da infraestrutura criada para garantir este fornecimento - disse o responsável pelo estudo Charles Vorosmarty, do City College de Nova York. - O que mapeamos foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas - completou, referindo-se a represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.

No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins.

Mas quando o impacto da infraestrura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta.

- O problema é que sabemos que uma fatia enorme da população mundial não pode pagar por estes investimentos - disse Peter McIntyre, da Universidade de Wisconsin, que também participou da pesquisa. - Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial - disse ele.

Mas mesmo em países ricos, esta não é a opção mais inteligente.

- Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo - disse ele.

Críticas
De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no ocidente teve um impacto significativo na natureza.

Atualmente, um conceito defendido por organizações de desenvolvimento é o gerenciamento integrado da água, no qual as necessidades de todos os usuários são levadas em consideração e as particularidades naturais são integradas às soluções criadas pelo homem.

Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição agricultural mudou o cenário.

A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento.

A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas.

Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.

Eles calculam que os países desenvolvidos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), não conseguirão investir em infraestrutura os US$ 800 bilhões que o estudo julga necessários até 2015. O panorama para países em desenvolvimento é mais sombrio.

- Este é um raio-x do mundo há cinco ou dez anos, porque fizemos o estudo com bases nestes dados - disse McIntyre.

Fonte: O Globo

domingo, 19 de setembro de 2010

Nasa afirma que destruição da camada de ozônio foi freada


A destruição da camada de ozônio foi freada. Segundo a ONU, a agência espacial americana (Nasa) e 300 cientistas de todo o mundo, a capa que protege a vida na Terra dos níveis nocivos de radiação ultravioleta parou de diminuir, mas não começou a se recuperar. O estudo mostrou que os gases que provocavam a perda da camada de ozônio foram substituídos com sucesso. Porém, em seu lugar são usados produtos que poderão impactar de forma mais intensa as mudanças climáticas, se não houver controle.

A ONU comemorou o relatório, o primeiro em quatro anos sobre a capa de ozônio. Segundo a entidade, o acordo de 1987, que determinou a retirada dos gases nocivos de aparelhos como geladeiras, impediu “um esgotamento maior” da camada. “Na última década, o ozônio não está mais diminuindo, mas também não está aumentando”, diz Geir Braathen, cientista-chefe da Organização Meteorológica Mundial.

A avaliação é de que a proteção da camada de ozônio e a retirada dos gases nocivos da indústria representaram benefícios importantes. Se não fosse pelo controle do uso do clorofluorcarbono (CFC), os cientistas apontam que as emissões hoje seriam 30% superiores.

O acordo de 1987 conseguiu, portanto, uma redução real no impacto das emissões cinco vezes maior que o obtido pelo Protocolo de Kyoto. Também foram importantes os benefícios para a saúde. Segundo o levantamento, 20 milhões de casos de câncer de pele foram evitados na década, alem de 130 milhões de casos de catarata.

Causa preocupação o fato de que, apesar de não destruírem a camada de ozônio, alguns gases e produtos que substituíram o CFC colaboram para mudanças climáticas. É o caso do HFC e do HCFC-22, que tiveram sua presença ampliada em mais de 50% nos últimos seis anos. Outro produto, o HFC-23, seria 14 mil vezes mais danoso ao clima que o CO2.

Países emergentes querem que outro acordo ambiental lide com esses produtos. “Se eles não forem controlados, terão o potencial de criar problemas”, disse Len Barrie, diretor de pesquisa da OMM.

Consequências. Outra descoberta é que o buraco na camada de ozônio no Polo Sul afetou a temperatura do solo no Hemisfério Sul, assim como a corrente de ventos. Para a OMM, a região do Cone Sul teve a temperatura elevada por conta da destruição da camada de ozônio, cuja recomposição ainda poderá levar décadas.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Energia Limpa, o momento é agora, diz Obama


A era da sustentabilidade é a era da ampliação da consciência, em nível mundial, de que tudo está interligado, conectado, interdependente. É cada vez mais evidente de que um fato local afete muito a sociedade em âmbito global. O estilo de vida adotado por cada cidadão do mundo compromete muito a vida do planeta. Cada decisão que tomamos no presente é definitiva para a qualidade de vida que teremos no futuro.

O derramamento de petróleo no Golfo do México na era da sustentabilidade nos leva à reflexão a respeito da nossa dependência dos combustíveis fósseis, uma fonte de energia não-renovável e muito poluente. As condições de extração deste produto são cada vez mais extremas e arriscadas, com maior probabilidade de acidentes e dificuldades técnicas, como acontece em alto-mar. Este episódio recente mostrou que os métodos e as tecnologias disponíveis hoje não são suficientes para evitar e conter acidentes, além de que pouco se sabe sobre o real impacto ambiental de um derramamento de petróleo em grandes profundidades.

Sobre isso, Barack Obama disse, em pronunciamento oficial: "O momento de abraçarmos um futuro de energia limpa é agora". A China tem feito sua parte, dobrando a cada ano, desde 2008, a produção de energia eólica no país. Já o Brasil, na contramão dos esforços mundiais, anunciou o poço de estreia da exploração de petróleo da camada do pré-sal, na Bacia de Campos. Um empreendimento bilionário, com alto risco e desafios tecnológicos inéditos, uma vez que se pretende extrair petróleo de uma profundidade de cerca de 6 mil metros (para se ter uma idéia, o acidente da BP ocorreu numa profundidade de 1.500 m).

Diante deste cenário, cabe aos governos a criação de incentivos para o desenvolvimento de tecnologias limpas por indústrias, universidades e pesquisadores. E cabe a cada um de nós a adoção de um estilo de vida mais sustentável. Carros híbridos, equipamentos com maior eficiência energética, destinação adequada do lixo, uso da energia solar, política de logística reversa - são inúmeros os caminhos para nos conduzir a um futuro totalmente novo.

O ato de consumir ganha agora um novo significado, com a ampliação da consciência de que o consumidor pode exercitar sua cidadania através das suas escolhas de produtos e serviços no seu dia a dia. Suas escolhas podem ser imbuídas de um conjunto de crenças e valores, elegendo aquilo que é coerente e rejeitando aquilo que não é.

É o início de uma mudança expressiva e profunda de comportamento, dando base para a nova economia do conhecimento, pela qual o meio ambiente, os seres humanos e as suas relações são mais importantes do que os números. Depende de cada um de nós.

Fonte: DCI

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Empresas descobrem que ser sustentável atrai investimentos e gera lucros


Hoje em dia, ser social e ambientalmente responsável é uma das exigências impostas pelas instituições financeiras do exterior. As organizações que fazem medições de ações de sustentabilidade voltadas aos seus stakeholders saem na frente quanto o assunto é disputar investimentos internacionais. Indicadores como o Ethos, GRI ou o Ise relatam os índices que a empresa registra em seu balanço sustentável. E o que esse balanço faz é validar esses indicadores. Tem um grupo de empresas de capital aberto com ações muito valorizadas em função desse balanço. O índice da bolsa mostra empresas que publicam esses relatórios (atualmente, cerca de 100 empresas brasileiras publicam algum tipo de relatório de sustentabilidade) e essas empresas têm diferenciação em preço de ação.

“Uma companhia que enfrenta uma porção de processos trabalhistas ou é suspeita de explorar mão de obra infantil ou poluir o meio ambiente sequer tem chances de obter qualquer tipo de benefício ou investimento”, explica Iêda Novais, diretora corporativa da BDO. Por outro lado, o investimento feito em qualificação profissional de jovens em situação de risco de comunidades do entorno de uma fábrica ou a implementação de mecanismos para o reúso da água e a redução de perdas de matéria-prima em processos de manufatura podem se traduzir em ganhos institucionais e financeiros para as companhias.

De acordo com uma pesquisa do Green Brands Global Survey, realizada em 2009, consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos verdes. Esses dados mostram que, hoje, o valor de uma empresa não é medido apenas pelo lucro, mas também pela sua riqueza intangível, à qual as ações responsáveis são inerentes.

>> 73% dos brasileiros planejam aumentar seus gastos com produtos e serviços verdes, sendo que 28% deles estão dispostos a gastar até 30% a mais.
Fonte: Green Brands Global Survey-2009

>> 52% dos consumidores estão dispostos a comprar produtos de fabricantes que não agridem o meio ambiente mesmo que sejam mais caros.
Fonte: IBOPE - 2007

>> 48% dos brasileiros disseram estar dispostos a pagar 10% a mais por um produto sustentável.
Fonte: Pesquisa realizada pelas agências de publicidade Z+, Media Contacts e Mobext, do grupo francês Havas, via internet, com 2.532 consumidores brasileiros, 2009

>> 98% dos brasileiros alegaram que trocariam de fornecedor se um produto fosse certificado, com o objetivo de impactar menos as mudanças climáticas, contra 90% no mundo.
Fonte: Pesquisa Accenture Mudanças Climáticas para os Consumidores Finais-2009

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Satélite mostra imagem de iceberg que se desprendeu de geleira da Groenlândia


O bloco de gelo é do tamanho de um prédio de 50 andares. Se fosse derretido, sua água seria suficiente para abastecer os Estados Unidos durante quatro meses.

Pesquisadores dizem que a geleira perdeu 70 km de sua superfície flutuante.

A última vez que um bloco desse porte se desprendeu de uma geleira foi em 1962 no Ártico. O fenômeno foi atribuído ao aquecimento global.

Brasil pode começar a exportar tecnologia do plástico verde


Na inauguração da planta de eteno verde da Braskem na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul, no próximo mês, a empresa vai anunciar um ambicioso plano de expansão desse projeto para além do Brasil. Conforme Bernardo Gradin, presidente da empresa que desenvolveu a tecnologia para transformar etanol em plástico, a agenda de sustentabilidade vai ultrapassar a fronteira.

– Temos sido muito procurados por parceiros e até por governos de países que se comprometeram com metas de inserção de renováveis na matriz energética sobre como aplicar essa tecnologia – afirmou Gradin.

Vale lembrar que a nossa dependência do petróleo é muito mais devido ao plástico do que para a produção de combustíveis.

Essa é uma bela amostra que temos tecnologia suficiente para não sermos mais dependentes de combustíveis fósseis.

Fonte: Canal Rural

O quanto antes o homem abandonar a Terra, melhor, diz Hawking


O destino da humanidade, segundo o físico Stephen Hawking, um dos mais conceituados do mundo, não é dos mais agradáveis. Na opinião do cientista, o Homem precisa abandonar a Terra nos próximos 100 anos ou corre o risco de se tornar uma espécie extinta.

Segundo o doutor em cosmologia, um dos mais consagrados físicos teóricos da atualidade, o mais acertado seria abandonar o planeta o quanto antes e se espalhar pelo espaço. Em entrevista ao site Big Think, Hawking aponta uma série de ameaças à espécie humana nos dias atuais, desde guerras, até a exploração excessiva dos recursos naturais, o aquecimento global e a quantidade exagerada de gente vivendo no planeta.

Eu, particularmente, acredito que a humanidade possa reverter a situação de aquecimento global do planeta com sustentabilidade, reflorestamento, tecnologia, controle populacional e outras políticas públicas.

Acho que Hawking não acredita que somos capazes de reverter essa situação a curto prazo.

Mas é certo que temos que tomar uma posição urgente, de hoje em diante, e compartilhar essa conscientização com nossa família, amigos e colegas de trabalho.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Chuvas na Ásia e onda de calor na Rússia matam milhares


Enchentes e deslizamentos de terra atingiram milhões de pessoas em toda a Ásia neste domingo. Na região da Caxemira, grupos de resgate tentavam encontrar 500 pessoas que ainda estão desaparecidas com as inundações que já mataram 132 na região; na Coreia do Norte, meios de comunicação estatais informavam que as águas haviam destruído milhares de casas e arrasado plantações.

No Paquistão, mais de 1,5 mil pessoas morreram e milhões imploravam ajuda após o país ter sofrido as piores inundações de sua história. Os preços de frutas e vegetais dispararam neste domingo, já que mais de 405 mil hectares de plantações foram destruídos. Pelo menos 4 milhões de pessoas precisarão de comida nos próximos meses.

Na vizinha Índia, forças de resgate faziam escavações em meio aos escombros de casas e a pilhas de lama à procura de 500 pessoas que ainda estavam desaparecidas. O número de mortos subiu a 132 e cerca de outras 500 pessoas estavam feridas. Entre os mortos havia pelo menos cinco turistas estrangeiros cujas nacionalidades ainda não eram conhecidas.

A Rússia vive a maior onda de calor, pelo menos, dos últimos mil anos, declarou o chefe do Centro Meteorológico da Rússia, nesta segunda-feira. Com isto, o número de óbitos duplicou os valores convencionais para esta época.

Os incêndios florestais continuam fortes na maior parte da parte central da Rússia européia que faz que o país viva uma onda de calor, com temperaturas de até e acima de 40 graus Celsius.