domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sucessão de secas na Amazônia deixa cientistas em alerta


A sucessão de duas secas graves na Amazônia em cinco anos ameaça a maior floresta tropical do mundo, que pode ter seus dias contados como barreira natural para as emissões de carbono.

Assim advertem os cientistas do Reino Unido e do Brasil em um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science, no qual analisam as secas ocorridas no sudoeste da região em 2005 e em 2010. Segundo o estudo, a seca de 2010 pode ter tido maior impacto que a de 2005, na qual foram liberadas à atmosfera 5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por causa da morte e a putrefação das árvores - em 2009, os Estados Unidos emitiu 5,4 bilhões de toneladas de CO2 pela queima de combustíveis fósseis.

Os cientistas das universidades britânicas de Leeds e Sheffield e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) do Brasil mediram a queda da chuva sobre os 5,3 milhões de km² da Amazônia durante a estação da seca de 2010 e comprovaram que a seca nesse ano foi inclusive mais longa e severa que em 2005.

No entanto, os especialistas afirmaram que o episódio de 2005 tinha sido incomum e só se produz uma vez cada 100 anos. "O fato de ter dois eventos desta magnitude em um prazo tão pequeno é extremamente incomum, mas infelizmente concordo com os modelos climáticos que prevêm um futuro sombrio para a Amazônia", assinala no estudo seu autor principal, o Dr. Simon Lewis, da Universidade de Leeds.

Segundo os modelos climáticos existentes, as secas serão cada vez mais frequentes em consequência da crescente emissão de gases do efeito estufa à atmosfera. Assim, se continuar a tendência atual, "as florestas tropicais da Amazônia podem deixar de ser um valioso armazém de carbono que desacelera a mudança climática", advertiu Lewis.

Lewis e o cientista brasileiro Paulo Brando se basearam na relação entre a intensidade da seca de 2005 e a destruição de árvores para calcular o impacto da seca de 2010. Segundo seus prognósticos, as florestas da Amazônia não absorverão as frequentes 1,5 bilhões de toneladas anuais de dióxido de carbono da atmosfera em 2010 e 2011 e, nos próximos anos, liberarão cerca de 5 bilhões de toneladas adicionais, uma vez que se apodreçam as árvores mortas por falta de água.

"Não saberemos com exatidão quantas árvores morreram até que se complete uma série de análises no terreno", assinalou Brando, do Ipam. O cientista explicou que os resultados do estudo são só uma estimativa inicial e não levam em conta as emissões de CO2 provocadas pelos incêndios florestais que afetam grandes extensões da Amazônia nos anos quentes e secos.

As florestas da Amazônia, que cobrem uma área equivalente a 25 vezes o tamanho do Reino Unido e se estende por oito países, absorvem cada ano aproximadamente 1,5 bilhões de toneladas de CO2.

Fonte: Terra

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Família britânica produziu apenas uma sacola de lixo em 2010


Uma família britânica diz ter conseguido produzir apenas uma sacola de lixo em todo o ano de 2010.

O casal Richard e Rachelle Strauss e a filha Verona, de 9 anos, reciclam praticamente tudo, plantam grande parte da própria comida e transformam restos de alimento em adubo.

Além disso, eles compram produtos diretamente de produtores locais para evitar embalagens em excesso e quando vão ao açougue, por exemplo, eles levam os próprios recipientes.

A pequena sacola de lixo continha alguns brinquedos quebrados, lâminas de barbear, canetas e negativos fotográficos.

Os Strauss começaram o desafio reduzindo o uso de plástico. Depois, passaram a reciclar e reaproveitar cada vez mais, além de usar baterias recarregáveis e painéis solares para gerar energia.

A experiência foi contada em um site na internet, o www.myzerowaste.com, que acabou virando referência sobre reciclagem e tem mais de 70 mil visitantes por mês.

"Para quem quer reduzir a produção de lixo, minha primeira dica seria pensar no que você está comprando e escolher produtos com menos embalagem e com invólucros que sejam recicláveis. Em segundo lugar, é importante evitar o desperdício de alimento. Aqui na Grã-Bretanha, um terço da comida que compramos acaba no lixo. Em terceiro lugar, tente reciclar o máximo que puder", aconselha Rachelle.

Fonte: O Globo

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pegada ecológica e sustentabilidade da população


Pegada ecológica é uma metodologia utilizada para medir as quantidades de terra e água (em hectares globais – gha) que seriam necessários para sustentar o consumo da população.

Considerando os cinco tipos de superfície, áreas cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca e áreas edificadas, o planeta Terra possui aproximadamente 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água biologicamente produtivas.

Em 1976, o padrão de vida da humanidade exigiu recursos naturais com capacidade de regeneração equivalentes a uma Terra. Atualmente, o consumo exige de recursos naturais 50% acima da capacidade de reposição do planeta. Ou seja, uma Terra e meia. Em 2030, serão necessárias duas Terras para garantir o padrão de vida no ritmo atual de consumo.

Entre 1800 e 2010 a população mundial cresceu, aproximadamente, sete vezes, de 1 bilhão para 7 bilhões de habitantes. A economia (PIB) cresceu 50 vezes no mesmo período.

Em 2050, de acordo com dados da Divisão de População da ONU, a população mundial deve atingir 9 bilhões de habitantes e, segundo o FMI, a economia mundial (PIB) deve quadruplicar. O planeta vai suportar?

Para que a humanidade possa sobreviver e permitir a sobrevivência das próximas gerações será preciso superar os seguintes desafios:
a) reduzir ou modificar o padrão de consumo atual;
b) investir em mudanças tecnológicas que permitam utilizar fontes renováveis de energia, maior eficiência na produção, reciclagem, aproveitamento do lixo, redução do desperdício, etc.
c) reduzir a população.

Fonte: José Eustáquio Diniz Alves, com base nos dados da Global Footprint Network